quinta-feira, 26 de novembro de 2009

"O sujeito pensante
não pode pensar sozinho;
não pode pensar sem a co-participação
de outros sujeitos
no ato de pensar sobre o objeto.
Não há um ‘penso’,
mas um ‘pensamos’.
É o ‘pensamos’ que estabelece o ‘penso’
e não o contrário.
Esta co-participação dos sujeitos
no ato de pensar se dá na comunicação.
O objeto, por isso mesmo,
não é a incidência terminativa
do pensamento de um sujeito,
mas o mediador da comunicação."
Paulo Freire

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Inscrições


Postando só pra relembrar que as inscrições do XIII EIV Regional vão até 18/11, quarta-feira e que a ficha deve ser entregue no espaço de 12:30h ou 17:30h no Ponto de Prosa, onde vamos conversar e acertar alguns detalhes em relação ao estágio.

Grande Abraço,

obs.: essa foto é de um espaço do Seminário Concetrado do XII EIV, não me lembro exatamente sobre o que, alguém lembra?

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A ANEXAÇÃO DA COLOMBIA AOS ESTADOS UNIDOS

Reflexões do companheiro Fidel

Qualquer pessoa medianamente informada compreende de imediato que o adoçado “Acordo Complementar para a Cooperação e a Assistência Técnica em Defesa e Segurança entre os governos da Colômbia e dos Estados Unidos”, assinado em 30 de outubro e publicado na tarde do dia 2 de novembro equivale a anexação da Colômbia aos Estados Unidos.

http://www.cubanoticias.ain.cu/2009/1107reflexionFidel.htm

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Oficina Mídia e Cultura


Olá pessoal!

Este é o cartaz da nossa última oficina.
Fique atentos e se puder não deixem de aparecer!
Nesta oficina será dada as primeira instruções para o estágio.

Grande Abraço
E Venha conhecer seu povo!

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

PRINCÍPIOS



Bom, vou colocar umas fotos do eiv aqui de vez em quando. Pra colorir o blog ;)
Essa é do Luquinhas com os Princípios do EIV no Seminário Concentraçado do XII EIV - ZM, que aconteceu agora em fevereiro de 2009.

Passou a oficina e não postei o cartaz, né? Passou batido. Mas a oficinas foi boa, bom, eu achei, e as valiações disseram o mesmo.

bjs galera...

terça-feira, 13 de outubro de 2009

OFICINA 17/10

Buenas pessoal, como vão vocês nossos leitores ?

O EIV vai caminhando muito bem, correrias e mais correrias, mas o importante é ver que as coisas estão acontecendo.

Sábado agora vai acontecer nossa terceira oficina, 14h, no CEE como as outras. O tema é Gênero, e pra quem nunca discutiu isso, tem a ver com a construção social do ser homem/mulher, mas não vou ficar explicando porque a oficina é exatamente pra discutirmos essas coisas e de forma participativa, lúdica, como vocês já perceberam que são os espaços do EIV, cá entre nós, bem melhor do que eu ficar escrevendo aqui sobre, né?

A oficina será em parceria com a Marcha Mundial das Mulheres - Núcleo Viçosa. E o convite não é apenas para as meninas, a oficina é mista e os meninos terão papel importante na discussão.

Bom meus queridos, por enquanto é isso... ah, já vou pedindo o espaço aqui, que assim que tiver com a arte do cartaz em mãos vou mandar pra vocês em outro post, ok ???

Grande abraço e até sábado ;)

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Censo confirma: agricultura familiar produz mais em menor área

Setor emprega quase 75% da mão-de-obra no campo e é responsável pela segurança alimentar dos brasileiros, produzindo 70% do feijão, 87% da mandioca e 58% do leite consumidos no país.

O Censo Agropecuário 2006 traz uma novidade: pela primeira vez, a agricultura familiar brasileira é retratada nas pesquisas feitas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Foram identificados 4.367.902 estabelecimentos de agricultura familiar, que representam 84,4% do total, (5.175.489 estabelecimentos) mas ocupam apenas 24,3% (ou 80,25 milhões de hectares) da área dos estabelecimentos agropecuários brasileiros.

Apesar de ocupar apenas um quarto da área, a agricultura familiar responde por 38% do valor da produção (ou R$ 54,4 bilhões) desse total. Mesmo cultivando uma área menor, a agricultura familiar é responsável por garantir a segurança alimentar do País, gerando os produtos da cesta básica consumidos pelos brasileiros. O valor bruto da produção na agricultura familiar é de 677 reais por hectare/ano.

"Isso mostra a representatividade, o peso deste setor para a formação da nossa economia e da produção primária no País. Com isso, a agricultura familiar demonstra capacidade em gerar renda, em aproveitar bem o espaço físico e contribuir para a produção agrícola brasileira", afirma Daniel Maia, ministro interino do Desenvolvimento Agrário.

Os dados do IBGE apontam que em 2006, a agricultura familiar foi responsável por 87% da produção nacional de mandioca, 70% da produção de feijão, 46% do milho, 38% do café , 34% do arroz, 58% do leite , 59% do plantel de suínos, 50% das aves, 30% dos bovinos e, ainda, 21% do trigo. A cultura com menor participação da agricultura familiar foi a soja (16%). O valor médio da produção anual da agricultura familiar foi de R$ 13,99 mil.


Permanência no campo

Outro resultado positivo apontado pelo Censo 2006 é o número de pessoas ocupadas na agricultura: 12,3 milhões de trabalhadores no campo estão em estabelecimentos da agricultura familiar (74,4% do total de ocupados no campo). Ou seja, de cada dez ocupados no campo, sete estão na agricultura familiar , que emprega 15,3 pessoas por 100 hectares.

Para o ministro interino, esses números refletem a eficácia das políticas do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para manter os agricultores familiares no campo com boa produção e renda. "Os resultados desse Censo permitem constatar o quanto a participação da agricultura familiar é importante para a agropecuária e para a economia brasileira. O cenário, antes de pauperização e fuga do homem do campo, está sendo mudado, revertido", frisa.

Dois terços do total de ocupados no campo são homens. Mas o número de mulheres é bastante expressivo: 4,1 milhões de trabalhadoras no campo estão na agricultura familiar. As mulheres também são responsáveis pela direção de cerca de 600 mil estabelecimentos de agricultura familiar.

O Censo Agropecuário 2006 revela ainda que dos 4,3 milhões de estabelecimentos, 3,2 milhões de produtores são proprietários da terra. Isso representa 74,7% dos estabelecimentos com uma área de 87,7%.

Os critérios que definem o que é agricultura familiar foram determinados pela Lei nº 11.326 aprovada em 2006. Eles são mais restritivos do que os critérios usados em estudos feitos anteriormente por outros organismos como a Fao/Incra e universidades brasileiras que estudaram o setor. A Lei 11.326 determina que quatro módulos fiscais é o limite máximo para um empreendimento familiar. Determina também que a mão-de-obra deve ser predominantemente da própria família e a renda deve ser originada nas atividades da propriedade e a direção também tem que ser feita por um membro da família.

Disponível em: http://www.pantanalnews.com.br/contents.php?CID=36970

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

A DIFÍCIL ARTE DE SER MULHER

Frei Betto*


Hours concours em Cannes, um dos filmes de maior sucesso no badalado festival francês foi "Ágora", direção de Alejandro Amenabar..

A estrela é a inglesa Rachel Weiz, premiada com o Oscar 2006 de melhor atriz coadjuvante em "O jardineiro fiel", dirigido por Fernando Meirelles.

Em "Ágora" ela interpreta Hipácia, única mulher da Antiguidade a se destacar como cientista. Astrônoma, física, matemática e filósofa, Hipácia nasceu em 370, em Alexandria. Foi a última grande cientista de renome a trabalhar na lendária biblioteca daquela cidade egípcia. Na Academia de Atenas ocupou, aos 30 anos, a cadeira de Plotino. Escreveu tratados sobre Euclides e Ptolomeu, desenvolveu um mapa de corpos celestes e teria inventado novos modelos de astrolábio, planisfério e hidrômetro.


Neoplatônica, Hipácia defendia a liberdade de religião e de pensamento. Acreditava que o Universo era regido por leis matemáticas. Tais ideias suscitaram a ira de fundamentalistas cristãos que, em plena decadência do Império Romano, lutavam por conquistar a hegemonia cultural.


Em 415, instigados por Cirilo, bispo de Alexandria, fanáticos arrastaram Hipácia a uma igreja, esfolaram-na com cacos de cerâmica e conchas e, após assassiná-la, atiraram o corpo a uma fogueira. Sua morte selou, por mil anos, a estagnação da matemática ocidental. Cirilo foi canonizado por Roma.


O filme de Amenabar é pertinente nesse momento em que o fanatismo religioso se revigora mundo afora. Contudo, toca também outro tema mais profundo: a opressão contra a mulher. Hoje, ela se manifesta por recursos tão sofisticados que chegam a convencer as próprias mulheres de que esse é o caminho certo da libertação feminina.


Na sociedade capitalista, onde o lucro impera acima de todos os valores, o padrão machista de cultura associa erotismo e mercadoria. A isca é a imagem estereotipada da mulher. Sua autoestima é deslocada para o sentir-se desejada; seu corpo é violentamente modelado segundo padrões consumistas de beleza; seus atributos físicos se tornam onipresentes.


Onde há oferta de produtos - TV, internet, outdoor, revista, jornal, folheto, cartaz afixado em veículos, e o merchandising embutido em telenovelas - o que se vê é uma profusão de seios, nádegas, lábios, coxas etc. É o açougue virtual. Hipácia é castrada em sua inteligência, em seus
talentos e valores subjetivos, e agora dilacerada pelas conveniências do mercado. É sutilmente esfolada na ânsia de atingir a perfeição.


Segundo a ironia da Ciranda da bailarina, de Edu Lobo e Chico Buarque, "Procurando bem / todo mundo tem pereba / marca de bexiga ou vacina / e tem piriri, tem lombriga, tem ameba / só a bailarina que não tem". Se tiver, será execrada pelos padrões machistas por ser gorda, velha, sem atributos físicos que a tornem desejável.


Se abre a boca, deve falar de emoções, nunca de valores; de fantasias, e não de realidade; da vida privada e não da pública (política). E aceitar ser lisonjeiramente reduzida à irracionalidade analógica: "gata", "vaca", "avião", "melancia" etc.


Para evitar ser execrada, agora Hipácia deve controlar o peso à custa de enormes sacrifícios (quem dera destinasse aos famintos o que deixa de ingerir...), mudar o vestuário o mais frequentemente possível, submeter-se à cirurgia plástica por mera questão de vaidade (e pensar que este ramo da medicina foi criado para corrigir anomalias físicas e não para dedicar-se a
caprichos estéticos).


Toda mulher sabe: melhor que ser atraente, é ser amada. Mas o amor é um valor anticapitalista. Supõe solidariedade e não competitividade; partilha e não acúmulo; doação e não possessão. E o machismo impregnado nessa cultura voltada ao consumismo teme a alteridade feminina. Melhor fomentar a mulher-objeto (de consumo).


Na guerra dos sexos, historicamente é o homem quem dita o lugar da mulher.. Ele tem a posse dos bens (patrimônio); a ela cabe o cuidado da casa (matrimônio). E, é claro, ela é incluída entre os bens... Vide o tradicional costume de, no casamento, incluir o sobrenome do marido ao nome
da mulher.


No Brasil colonial, dizia-se que à mulher do senhor de escravos era permitido sair de casa apenas três vezes: para ser batizada, casada e enterrada... Ainda hoje, a Hipácia interessada em matemática e filosofia é, no mínimo, uma ameaça aos homens que não querem compartir, e sim dominar.
Eles são repletos de vontades e parcos de inteligência, ainda que cultos.


Se o atrativo é o que se vê, por que o espanto ao saber que a média atual de durabilidade conjugal no Brasil é de sete anos? Como exigir que homens se interessem por mulheres que carecem de atributos físicos ou quando estes são vencidos pela idade?


Pena que ainda não inventaram botox para a alma. E nem cirurgia plástica para a subjetividade.




*[Autor de "A arte de semear estrelas" (Rocco), entre outros livros], escritor e assessor de movimentos sociais.]

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Em defesa da democracia e do MST


FOLHA DE SÃO PAULO


Se a agricultura brasileira é tão moderna e produtiva, por que o agronegócio teme tanto a atualização dos índices de produtividade?
A RECONSTRUÇÃO da democracia tem exigido enormes sacrifícios dos trabalhadores. Desde a reconstrução de suas organizações, destruídas por 20 anos de repressão, até a invenção de novas formas de lutas capazes de responder ao desafio de enfrentar uma das sociedades mais desiguais do mundo.
Isso tem implicado apresentar aos herdeiros da cultura escravocrata de 500 anos os trabalhadores da cidade e do campo como cidadãos, participantes legítimos da produção da riqueza e beneficiários da sua partilha.
O ódio das oligarquias jamais perde de vista um desses novos instrumentos de organização e luta: o MST.
Esse movimento paga diariamente com suor e sangue -como há pouco no Rio Grande do Sul- por sua ousadia de questionar um dos pilares da desigualdade: o monopólio da terra.
O gesto de levantar sua bandeira se traduz numa frase simples de entender e, por isso, intolerável aos ouvidos dos senhores da terra e do agronegócio. Não podemos considerar uma República um país em que 1% da população tem a propriedade de 46% do território, defendida por cercas, agentes do Estado e matadores de aluguel.
Menos ainda uma democracia.
A Constituição determina que latifúndios improdutivos e terras usadas para a plantação de matérias-primas para a produção de drogas devem ser destinados à reforma agrária. No entanto, os sucessivos governos têm sido negligentes.
À ousadia dos trabalhadores rurais de garantir direitos constitucionais, pressionando autoridades com ocupações pacíficas, soma-se outra ousadia, também intolerável: a disputa legítima e legal do orçamento público.
Em 40 anos, desde a criação do Incra, cerca de 1 milhão de famílias rurais foram assentadas -mais da metade de 2003 pra cá. Para viabilizar a atividade dessas famílias, para integrá-las ao processo produtivo de alimentos e divisas no novo ciclo de desenvolvimento, é necessário travar a disputa por investimentos públicos.
Daí resulta o ódio dos ruralistas e do grande capital, habituados ao acesso exclusivo ao crédito, a subsídios e ao perdão periódico de dívidas.
O compromisso do governo de rever os critérios de produtividade responde a uma bandeira de 40 anos de lutas. Ao exigir a atualização, os trabalhadores do campo só estão exigindo o cumprimento da Constituição e a incorporação dos avanços científicos e tecnológicos aos métodos de medir a produtividade agrícola.
É contra essa bandeira que a bancada ruralista do Congresso reage e ataca o MST. Como represália, buscam mais uma vez articular uma CPI contra o MST. A terceira em cinco anos.
Se a agricultura brasileira é tão moderna e produtiva, como alardeia o agronegócio, por que temem tanto a atualização desses índices?
Por que nunca foi criada uma CPI para analisar os recursos públicos destinados à classe patronal rural?
Seria possível responder a algumas perguntas tão simples como: O que ocorreu ao longo desses 40 anos no campo brasileiro em termos de ganho de produtividade? Quanto a sociedade investiu para que uma verdadeira revolução tecnológica tornasse a agricultura capaz de alimentar nosso povo e se afirmar como uma das maiores exportadoras de alimentos? Quantos perdões da dívida agrícola foram oferecidos pelos cofres públicos aos grandes proprietários de terra?
O ataque ao MST extrapola a luta pela reforma agrária. É um ataque contra os avanços democráticos conquistados na Constituição -como o que estabelece a função social da propriedade agrícola- e contra os direitos imprescindíveis para a reconstrução democrática. É, portanto, contra isso que se levantam as lideranças do agronegócio e seus aliados.
E isso é grave. É uma ameaça não só contra os movimentos dos trabalhadores mas também contra toda a sociedade. É a própria reconstrução democrática do Brasil, que custou os esforços e mesmo a vida de muitos brasileiros, que está sendo posta em xeque e violentada.
É por essa razão que se arma uma nova ofensiva dos setores mais conservadores da sociedade contra o MST -no Congresso, nos monopólios de comunicação e nos lobbies de pressão nas esferas de poder.
Trata-se de criminalizar um movimento que se mantém como uma bandeira acesa, inquietando a consciência democrática do país: a nossa democracia só será digna desse nome quando incorporar todos os brasileiros e lhes conferir, como cidadãos, o direito a participar da partilha da riqueza que produzem ao longo de suas vidas, com suas mãos, talento e amor pela pátria de todos nós.

*PLÍNIO DE ARRUDA SAMPAIO , 79, é presidente da Abra (Associação Brasileira de Reforma Agrária). Foi deputado federal pelo PT-SP (1985-1991) e consultor da FAO.
*HAMILTON PEREIRA , o Pedro Tierra, 61, é poeta e membro do Conselho Curador da Fundação Perseu Abramo.
*OSVALDO RUSSO , 61, estatístico, é diretor da Abra e coordenador do núcleo agrário nacional do PT. Foi presidente do Incra (1993-1994).--

terça-feira, 8 de setembro de 2009

VENHA CONHECER SEU POVO!

Pra falarmos um pouco do EIV. Conteúdo da carta convite que estamos encaminhando para alguns grupos, entidades e pessoas. Um convite também aos leitores deste blog.

O Estagio Interdisciplinar de Vivência em Viçosa acontece a 13 anos. Este projeto de extensão da UFV possibilita ao estudante estagiário ter uma experiência de formação profissional diferente da proporcionada pela Universidade, no qual o estudante poderá observar outras formas de organização e de vida através de uma vivencia na casa de um agricultor e/ou agricultora da zona rural.

O estágio acontece em fevereiro e tem a duração de 22 dias. Os 6 primeiros dias se passam em Viçosa e compreendem a preparação do estagiário para a Vivencia, nos próximos 13 dias acontece a Vivencia, nesta o estagiário será encaminhado para áreas rurais da Zona da Mata. Os últimos 3 dias são o retorno a Viçosa, onde serão retomados alguns temas, agora enriquecidos com as experiências vividas e também acontecerá a avaliação do estágio.

Uma parte importante do EIV se inicia bem antes deste, são as oficinas temáticas que permitem ao estudante um primeiro contato com o estágio e com as pessoas que o constroem. Essas oficinas abrangem temas que dialogam entre si, com os temas da preparação para a vivencia e com a realidade do estudante.

Com essa idéia, no dia 11 de setembro, sexta-feira às 14h no CEE (sala afixada na entrada) acontecerá a primeira oficina do EIV, com o tema “Produção do Conhecimento e Atuação Profissional”, na qual vamos discutir sobre a produção do conhecimento na Universidade, qual sua função para a sociedade e como nossa formação profissional está relacionada com tudo isso.


Nos vemos lá ;)


domingo, 6 de setembro de 2009

Agroecologia é reconhecida pela EMBRAPA

Integrantes do Fórum Permanente de Agroecologia, composto por pesquisadores
da Embrapa e representantes da Associação Brasileira de Agroecologia,
Associação Nacional de Agroecologia e Via Campesina, estiveram reunidos na
sede da Embrapa com o diretor-presidente, Pedro Arraes, no último dia 20 de
Agosto, para apresentar as ações realizadas e encaminhar as estratégias para
institucionalização desta temática na empresa.

O diretor-presidente Pedro Arraes reconheceu a relevância do trabalho, e
afirmou que a administração atual está em sintonia com a agenda estratégica
do Fórum. "É importante que a Embrapa tenha a Agroecologia como uma ação
institucional" foi a mensagem do diretor-presidente aos membros do Fórum de
Agroecologia. Segundo o coordenador do Fórum, João Carlos Costa Gomes, foram
feitos encaminhamentos no sentido de aproveitar as contribuições do grupo
para consolidação, internalização e institucionalização do tema agroecologia
na pauta de pesquisa e transferência de tecnologia da Embrapa.

Essa foi a orientação do diretor-presidente Pedro Arraes, ao final da
reunião. "Essa é uma grande preocupação do grupo, que foi criado por uma
demanda da sociedade civil que buscava respostas científicas no campo da
Agroecologia com uma estratégia de aumentar a sustentabilidade da
agricultura familiar. Esse é o eixo da nossa atuação", disse Costa Gomes.
"Estamos também num processo de sistematização de experiências em
agroecologia em parceria com a ABA e com a ANA, onde foram identificadas
mais de 150 experiências que estão em andamento, muitas delas de
pesquisadores da Embrapa". Continuando, ele explica que esse processo de
sistematização está em curso.

Foram selecionadas 72 experiências e, no Congresso Brasileiro de
Agroecologia serão apresentadas duas por região. "Vamos realizar ainda seis
seminários regionais, sendo dois na Amazônia pela sua dimensão. A partir da
sistematização dessas experiências elaboraremos um livro que retrate as
experiências de ensino, pesquisa e extensão em Agroecologia nas diferentes
regiões brasileiras, enfatizando os processos de inovações local criados em
um ambiente de construção coletiva do conhecimento, acrescentou Costa Gomes.

Dentre as pautas do Fórum apresentadas ao diretor-presidente destacam-se a
promoção de uma capacitação permanente e continuada do corpo técnico da
Embrapa em Agroecologia e Metodologias Participativas; a realização de um
Seminário Nacional com etapas preparatórias em eventos regionais para
atualizar o Marco Referencial de Agroecologia e criar estratégias para
institucionalizar a temática na empresa.

A participação do diretor-presidente na abertura do Congresso Brasileiro de
Agroecologia e, o estímulo a participação dos pesquisadores e analistas da
Embrapa nesse evento também foi acordado. De acordo com Costa Gomes, os
cerca 1500 trabalhos científicos já inscritos demonstra o vigor com que o
tema vem sendo tratado no país afora. "Esse vigor, é o que também nos leva a
realizar uma reunião especial com os técnicos da Embrapa no Congresso, com o
objetivo de reforçar a institucionalização do tema", finaliza.

Texto: Elizabete Antunes - MTb744/DF
Contato: (61) 3448-4284 ; bete@sede.embrapa.br

domingo, 23 de agosto de 2009

Agricultura familiar gera mais trabalho e é mais produtiva do que o agronegócio, diz Cassel



por : Guilherme Balza
Do UOL Notícias
Em São Paulo













O ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel



A reforma agrária voltou a ser debatida com mais profundidade nos últimos dias, tanto pelo governo federal, quanto pela opinião pública. O assunto veio à tona novamente em razão das ações do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) pelo Brasil afora na semana passada e após o governo anunciar na terça-feira (18) medidas para a realização da reforma agrária.
Entre elas, está o descontingenciament o de R$ 338 milhões do orçamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário – retidos em razão da crise econômica – e a revisão dos índices de produtividade da terra. Inalterados desde 1975, os índices servem de parâmetro para classificar as propriedades rurais improdutivas. O anúncio da mudança provocou forte reação entre ruralistas e grandes produtores.
Em entrevista ao UOL Notícias, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, 52, fez um balanço da política agrária do governo Lula, apontou os próximos desafios na área e analisou os modelos econômicos agrários predominantes no Brasil – a agricultura familiar e o agronegócio.
Gaúcho de Santa Maria, Cassel falou também sobre os impactos da crise financeira e da relação do governo com os movimentos sociais. Ele, ministro desde março de 2006, também comentou as declarações feitas pelo líder do MST João Pedro Stedile ao UOL Notícias, para quem a reforma agrária regrediu durante os mandatos de Lula.
“O Brasil precisa andar bastante no sentido de ter uma estrutura agrária mais equilibrada, ou seja, de ter mais gente trabalhando na terra”
“Eu tenho convicção de que o modelo produtivo da agricultura familiar hoje gera mais trabalho, é mais produtivo, tem mais diversidade e se relaciona melhor com o meio ambiente”
“É necessário aplicar a política pública adequada para os orgânicos, por exemplo. Criar as condições objetivas necessárias para que possamos ter uma lavoura sem adição de veneno”
“O centro do debate hoje é a sociedade brasileira enxergar os assentamentos da reforma agrária não como espaços de conflito, e sim como espaços de produção de alimentos, de geração de trabalho e renda. Esse é o grande desafio contemporâneo”
“Eu não consigo conceber a ideia de um governo realizar a reforma agrária sem contar com a experiência, o conhecimento e o histórico dos movimentos sociais”

A entrevista completa com o ministro pode ser lida no site: http://noticias.bol.uol.com.br/brasil/2009/08/22/ult5773u2185.jhtm

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Globo X Record: uma guerra privada com armas públicas

Por Rodolfo Vianna
Não há mocinhos em nenhum dos lados da recente briga entre a TV Globo e a Rede Record de Televisão. Também não há mentiras nos ataques de uma contra a outra: os Marinho sempre tiveram uma relação espúria com o poder e a Record, uma interação promíscua com a Igreja Universal do Reino de Deus. Mas o problema central nessa guerra é que estão guerreando com armas alheias. Estão guerreando com armas públicas.

É ingenuidade de pouco eco crer que não existem interesses econômicos e ideológicos guiando os grandes grupos de comunicação do país. A comunicação de massa tem papel estratégico na organização social e criação de valores e a informação também sofre diversos tipos de manipulações, das mais explícitas – edições de texto/imagens, escolha das fontes, qualificações – às mais sutis – o que é silenciado, o “tom” sobre o informado, as relações de uma notícias com outra, a ordem de apresentação.

É por isso que a luta pela democratização da comunicação não se restringe à criação de normas de conduta ao jornalismo hoje praticado, buscando a isenção e objetividade. Essa luta tem de visar a possibilidade de multiplicação de vozes, a multiplicação do que é informado e como é informado, permitindo ao cidadão obter mais dados sobre uma determinada realidade para que, com eles, forme seu juízo. Com o monopólio ou oligopólio da informação, restringem-se as versões da realidade, orientando visões de mundo.

Qual o problema, então, com a recente disputa entre a Rede Globo e a Rede Record? Esta última está expondo a milhões de telespectadores informações que antes só eram conhecidas de um grupo restrito sobre a tenebrosa história da maior emissora do país. A Globo, por sua vez, ataca o sistema nervoso da segunda maior emissora, os incontáveis problemas da Igreja Universal do Reino de Deus. O conflito quebra um tácito pacto de não agressão entre os poderosos, e mais informações são disponibilizadas ao público. Quando dois gigantes brigam, os pequenos podem tirar proveito, imagina-se.

Só que esta “guerra” escancara de uma forma sem precedentes uma prática ilegal e imoral: os interesses privados estão sendo defendidos com armas públicas, as concessões de TV entregues aos Marinho e a Edir Macedo. Ao lançarem mão destas “armas”, comprometem a função social dos meios de comunicação e, mais, infringem normas de utilização de uma concessão pública de radiodifusão.

Diferentemente de um jornal impresso, que é privado e responde atualmente somente às leis dos códigos Civil e Penal (já que não existe mais a Lei de Imprensa...), as emissoras de televisão operam por meio de concessões públicas e, como tais, estão obrigadas a cumprir determinações legais para o seu funcionamento. Não podem fazer o que bem entender com a sua programação, uma vez que só possuem o direito de chegar aos lares de praticamente todos os brasileiros porque o Estado brasileiro, em nome do povo, as tornou concessionárias públicas de radiodifusão.

Portanto, não importa quem tem razão nessa guerra privada entre Globo e Record. As duas cometem um gravíssimo erro ao utilizar a arena pública da radiodifusão de forma privilegiada para travarem as batalhas privadas que lhes interessam. A Rede Globo, caminhando por mais anos nessa estrada, tem mais expertise. Seus interesses são mais bem travestidos de “notícias” relevantes apresentadas à sociedade nos seus telejornais. A Record peca por um amadorismo tacanho, com a edição de “reportagens” em que nem sequer se preocupam em fazer a clássica divisão da objetividade aparente entre “opinião” e “informação”.

Mas não importa o nível de sofisticação de cada uma delas. A disputa Globo x Record é a mais recente e nítida apropriação do público pelo privado.

Em tempo: nestes mesmos dias de “guerra” entre as duas maiores emissoras de TV do país, os representantes dos empresários da área de comunicação se retiraram da comissão organizadora da I Conferência Nacional de Comunicação. A Conferência, prevista para ocorrer no final desse ano, visa a ser um amplo espaço de debate e deliberação sobre temas da área, incluindo as formas de concessão e renovação de espectros de radiodifusão, conteúdo e programação, publicidade etc.

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) foi uma das entidades que se retiraram do processo. Mais do que isso, foi a entidade que liderou o movimento de esvaziamento da Conferência pelo empresariado.

A Rede Globo e a Rede Record são associadas da Abert. Estão, portanto, do mesmo lado quando a tarefa é sufocar a justa reivindicação do direito de a sociedade brasileira discutir a comunicação.

Malandro é o gato que já nasce de bigode... (Observatório do Direito à Comunicação)


Rodolfo Vianna é jornalista e membro do Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social

Este texto pode ser encontrado AQUI, no site da Caros Amigos.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

FEMINISMO - Palavra que incomoda


E vou junto coma Catula puxaro bonde, começar a movimentar...

Quem é feminista aí? E tem homem feminista tb?
Vou postar um texto que não é meu, mas massa, achei fuçando esse site aqui .

Feminismo, a palavra que incomoda
Por Luanda Carignato* 8/3/2009 - 17:31
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O dia 8 de março é a data em que memoramos internacionalmente a mulher e os direitos políticos, sociais e econômicos conquistados por nós. Apesar do que aprendemos sobre as 129 mulheres queimadas vivas numa fábrica em Nova York no ano de 1857, devemos considerar que o surgimento de tal data histórica está muito mais associada aos acontecimentos do início do século XX, à luta de milhões de mulheres que, durante o rápido processo de industrialização e expansão econômica da época, reivindicaram direitos diante das más condições de trabalho e salários reduzidos, além do direito ao voto.

Apesar dos inúmeros direitos conquistados não podemos nos dar ao luxo de apenas comemorá-los, não celebramos o dia da mulher e recordamos os feitos atingidos numa grande festa. A cada dia do ano e a cada 8 de março propomos mais, melhores e maiores mudanças na sociedade com o objetivo da igualdade entre os gêneros, ainda muito longe de ser alcançada.

O senso comum desestimula nossa luta cotidiana, com argumentos de que já chegamos numa igualdade, que não há muito sentido em lutar, que a mulher já ocupa seu lugar no meio social, já trabalha, já dirige, já é presidente, vereadora, deputada, independente, etc. Ou, por outro lado, desvaloriza o nosso 8 de março! Diz: "mas para que um dia para a mulher? Todos os dias são das mulheres...".

Sim, todos os dias são das mulheres e ainda por cima temos um dia específico no ano para ressaltar nossas vozes, vozes que não estão conformadas com as insuficientes mudanças da sociedade em relação ao feminino. Vozes que não estão caladas, que estão insatisfeitas e que acham pouco o que até hoje puderam conquistar. Valorizamos nossas conquistas e queremos mais. Muito mais.

Digo vozes porque são elas tão importantes quanto os atos. Tenho amigas que embora exerçam uma prática feminista em seu cotidiano possuem forte resistência em assumir a palavra "feminismo". Para elas parece uma palavra muito forte, concluem equivocadamente que o feminismo seja, talvez, o inverso do machismo. Confundem-se porque somos levadas o tempo inteiro por falsas impressões, pelo cinismo social e que, mais uma vez, somos todos iguais, as mudanças foram feitas, basta gozar delas.

São grandes e variados os graus de exploração e violência contra as mulheres na atualidade. São, sobretudo, sutis, subliminares, escondidos e, por que não dizer?, dissimulados.

Eu, no entanto, não me esqueço do quanto fazem do nosso corpo mercadoria. Através de um certo glamour dos meios de comunicação, nos vendem em cartazes de cervejas em cada boteco e padaria dessa cidade ou propaganda de TV. Apropriam-se do nosso corpo exigindo que ele seja perfeito, afinal, para essa sociedade, devemos estar sempre magras, maquiadas e produzidas para seu próprio consumo. A partir dessa lógica, torna-se natural no imaginário popular que a mulher está ali e quem se serve é o homem. Não à toa, é sempre uma situação constrangedora observar de longe um grupo de homens - seja na esquina, no bar, na obra - e ter a certeza que seremos de alguma forma abordadas. Cito ainda os casos de assédio sexual nos meios de transportes que são muito freqüentes nos metrôs de São Paulo.
Como mulher e lésbica me deparo com os mesmos problemas duplamente. Recentemente um "amigo" sugeriu que eu compartilhasse minha parceira com ele. O fez com a maior naturalidade na expectativa de realizar seu desejo e onde, provavelmente, eu e a garota em questão, seríamos meras coadjuvantes de sua aventura. Perguntei a mim: será que ele não considera o fato de estarmos juntas e envolvidas sentimentalmente e sexualmente? Ou para ele somos dois corpos a sua disposição? Bem, respondi perguntando se ele não gostaria de dividir sua namorada. Sorriu e disse que não.

Quando não acontece essa proposta, do tipo, "posso me jogar no meio de vocês duas?", rola o famoso, "mas você já ficou com homens?", "Será que você não acabou ficando com o cara errado e por isso se desiludiu?", ou o pior de todos (parte dos homens) "Você é sapatão porque ainda não ficou comigo...".

Tenho medo disso. Mas bato de frente em cada situação. Por essas e outras razões já mencionadas é que afirmo a necessidade urgente das mulheres estarem atentas ao menor sinal de machismo no dia-a-dia e em qualquer lugar.
Não é natural levar um tapa, ser assediada constantemente como se fosse um pedaço de carne ambulante. Sou lésbica porque nasci assim, tenho essa identidade e me orgulho dela. É preciso ter orgulho do que se é, é preciso identificar e combater a violência psicológica e física sobre a mulher, o tráfico sexual de mulheres, a pobreza e a mercantilização do nosso corpo.
De forma que o caminho para uma sociedade mais justa e fraterna aos que desejarem, passa fundamentalmente pelo resgate dos valores femininos. Há que reconhecê-lo por inteiro. A nossa luta é todo dia, somos mulheres e não mercadoria.
* Luanda Carignato B. Leal é feminista, lésbica e cursa o segundo ano de Letras na Universidade de São Paulo.

Partiu !?!

Maitê
Marcha Mundial das Mulheres

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Pensamentos

"Malditas sejam todas as cercas! Malditas sejam todas as propriedades privadas que nos privam de viver e de amar! Malditas sejam todas as leis; amanhadas por poucas mãos para ampararem cercas e bois e fazer da terra, escrava; e escravos os humanos!" D. Pedro Casaldáliga

Bem Vindos

Este é um espaço de diálogo entre os participantes do EIV e aqueles interessados em saber da Vivência no Campo.
Aqui, abordaremos diversos temas que achamos pertinentes para nossa formação.